Olhe para mim, e não me veja. É isso que te peço apenas por um instante, não me veja. Apenas sinta-me. Sinta o amor que desprende de mim cada vez que irradio ao chegar junto a ti, os olhos a brilhar de contentamento mágico. Amor desmedido, que não encontro explicação. Sinta o palpitar frenético que não consigo controlar. Você ouve? Saltando de minhas veias, o sangue evaporando por completo, a pele esfriando e esquentando. Mágica? Teoria científica? Não. Tudo isso é muito pouco, se comparado a algo superior, algo que não se explica. Se temos um enorme Universo a ser explorado, se temos o brilho tilintando no olhar, para que precisamos de teorias? Tudo o que é verdadeiro dispensa explicações. Sinta-me, apenas por um momento, só isso que te peço, e enfim compreenderemos que não precisamos de respostas, nem de palavras. Precisamos apenas sentir. Os momentos sentidos se fazem mais verdadeiros. As palavras? Deixe-as para mais tarde. Vamos viver de silêncio, que se faz muito mais puro e majestoso que qualquer palavra. Silêncio que fala por si só. Sinta-me.