Negação

Não amor, eu não me contenho, eu não me contento. Sou um grito, um espasmo no núcleo terreno, um tanto que te faz sonhar. Um sonho de findos emblemas, de dardos poemas e recheios de melodia. Um olhar de cigana, meio poeta e meio profana. Uns seios de sereia de rabo azul e escamoso, que tiroteia  pelo seu pescoço. As notas íngremes do instrumento não inventado e o amor dos irreconhecíveis românticos das tavernas amanhecidas pelo cheiro do ocre olor das pernas, bailando e se entrelaçando no ar. Não amor, eu não me contento. Vou com os nós do rebento, mas contigo não vou mais.

8 comentários:

Anônimo disse...

Logo que entramos no 3ºA, percebemos que poucos alunos estavam foram da sala de aula, porém vários conversavam animadamente em voz alta. Ao entrarmos na sala, percebemos surpresa por parte dos alunos que começaram a nos indagar se éramos professoras novas na escola, se continuaríamos ministrando aulas entre outras questões que nos foram dirigidas. Antes de que pudéssemos digerir tais questões, um dos alunos perguntou se éramos estagiárias e respondemos que sim, essa foi a brecha para iniciarmos nossas apresentações. Dissemos nossos nomes, nosso curso, o que estávamos fazendo ali e então passamos a palavra aos alunos. Como estávamos em um 3º ano, decidimos perguntar o nome de cada um e também o que planejavam fazer no próximo ano. Assim que eles tomaram a palavra, ouvimos diversas respostas referente ao futuro desses alunos. Muitos nos disseram que gostariam de prestar vestibular e continuar estudando, enquanto outros nos responderam que iriam para uma escola técnica, pois após formados receberiam um bom salário. Um menor grupo de estudantes nos disse que vão trabalhar, pois necessitam de dinheiro. Durante a interação com os alunos, nos deparamos com uma aluna que pretende prestar medicina e para tanto pretende dedicar-se para conseguir passar no vestibular, já que sua família não tem condições de mantê-la em uma universidade particular. Alguns alunos riram da aluna e disseram que para isso ela teria que diminuir a conversa e prestar mais atenção às aulas. Independentes destas questões, gostamos da interação inicial e demos sequência à aula.

Anônimo disse...

Como, provavelmente, teríamos apenas aquela aula no 3ª A, levamos o poema “Mãos Dadas”, de Carlos Drummond de Andrade. Antes de passarmos o poema na lousa, perguntamos aos alunos se já conheciam Drummond e algumas de suas obras ou poemas. Alguns alunos responderam afirmativamente dizendo conhecer um ou outro poema desse grande poeta brasileiro. Outros disseram conhecer por nome, porém, afortunadamente, ninguém pareceu desconhecê-lo totalmente.
Assim, passamos algumas informações básicas como lugar de nascimento, data de nascimento e de óbito e principais obras publicadas. Enquanto dizíamos tais informações, alguns alunos conversavam, porém dispensamos qualquer tipo de “bronca” e apenas dirigimos olhares rápidos mostrando que estávamos escutando as conversas paralelas. Depois de alguns minutos a conversa cessara e só continuara após iniciarmos a cópia do poema na lousa.
Assim, enquanto uma de nós passava o poema na lousa, a outra fazia a chamada. Nessa altura da aula, a conversa aumentara, e como não estávamos explicando nem dialogando com os alunos, toleramos a sutil indisciplina e algumas vezes até conversamos com os alunos enquanto copiavam. Pudemos perceber, a partir dessa interação informal, que o assunto principal era a formatura. Muitos estavam preocupados com a forma de pagamento e as meninas preocupadas com o vestido que usariam para o baile. Depois de alguns minutos, todos já haviam terminado de copiar. Porém, com a conversa tão animada, perdemos alguns minutos a mais do que gostaríamos e tivemos que iniciar a discussão do poema sem passar perguntar interpretativas.

Anônimo disse...

A discussão do poema foi bastante interessante, visto que muitos alunos participaram de forma ativa na interação. Falamos sobre alguns vocábulos chave do poema, como: “mundo caduco”, “mundo futuro”, “taciturnos”, “esperança”, “tempo presente” entre outros. Logo após, os alunos levantaram as críticas presentes no poema relacionando-a ao período em que o poema foi feito. Quando passamos para a segunda parte do poema, fizemos um paralelo entre o Romantismo e o Modernismo, ressaltando a crítica que o sujeito lírico faz aos seus antepassados românticos que cantavam para as “mulheres” distribuindo “entorpecentes” ou “carta de suicida”. Assim, pudemos relacionar esta estrofe com o Romantismo, escola literária já estudada no 3º ano do ensino médio, e acionar o conhecimento prévio desses alunos que ficaram instigados pelo poema.
Ao fim da discussão, muitos alunos voltaram a conversar e como a aula já caminhando para seu final não demos nenhum tipo de repreensão, apenas continuamos discutindo com aqueles que se mostravam muito interessados com o poema, sua temática e com o poeta. Assim, chegamos ao fim da segunda aula, despedindo da sala barulhenta e amigável e nos dirigimos para a sala dos professores, aguardando a chegada da professora de língua portuguesa que deveria regressar do médico naquele horário.

Anônimo disse...

Após ministrarmos tantas aulas no período vespertino, encontramos um dia para que pudéssemos ministrar aulas no período matutino. Esse fato foi muito importante, visto que, na escola em que realizamos as práticas de regência de língua materna, as séries do ensino fundamental tinham aula no período da tarde, enquanto as séries do ensino médio assistiam às aulas no período da manhã. Nesse sentido, esta foi nossa única oportunidade de ter contato com as séries do ensino médio, muito aclamadas e elogiadas por professores, coordenadores e inspetores da escola.
Assim, chegamos na escola às 6h50 e esperamos para conversar com a professora responsável pelas séries do ensino médio. Esperamos na porta da sala do 1º B, já que eles eram a primeira turma a assistir aula de português naquele dia. Alguns alunos entraram na sala e outros caminhavam livremente pelos corredores. Após uns vinte minutos de espera, decidimos conversar com o coordenador pedagógico para perguntar sobre a professora responsável pelas aulas do ensino médio. Sabíamos apenas seu nome, mas essa informação valiosa nos levaria à informação que tantos desejávamos: se poderíamos ou não ministrar aulas naquele dia.
Desse modo, conversamos com o coordenador que, gentilmente, nos avisou que a professora de língua portuguesa do ensino médio não estaria presente nas duas primeiras aulas, já que tivera que faltar devido a uma consulta médica de urgência. Assim, o coordenador nos permitiu que ministrássemos as duas primeiras aulas e depois conversássemos com a professora Andréa, que voltaria da consulta no terceiro horário daquela manhã. Muito satisfeitas com a confiança depositada pelo coordenador, fomos até o 1ºB ministrar nossa primeira aula no período da manhã e consequentemente nossa primeira aula para o ensino médio

Anônimo disse...

Ao caminharmos até a sala, percebemos que muitos alunos ainda caminhavam livremente pelo corredor e os que estavam presentes na sala de aula, conversavam em tom alto. Esperamos que os alunos se acalmassem, e só depois de perdermos vinte minutos do horário da aula -contabilizando a espera, a conversa com o coordenador e a nova espera pelo silêncio dos alunos- pudemos começar a aula a partir de nossas apresentações.
Depois de nossas apresentações, perguntamos aos alunos seus respectivos nomes e qual disciplina mais gostavam. Muitos responderam educação física, assim como os alunos do ensino fundamental, mas outros variaram a resposta dizendo mais gostar de história, língua portuguesa ou artes. Assim, demos prosseguimento à aula propondo uma atividade que estava inserida em um livro que nos pertencia e que nos foi útil em vários momentos da regência de língua portuguesa.
O livro, cujo nome é “xxxxxxxx”, datado do ano de 2007, é específico para a 8ª série. Porém, por meio de adaptações de suas atividades, ele nos foi útil para várias séries nas quais demos aula. Como os alunos não tem acesso a este livro, decidimos passar o texto, bem como as atividades que trabalharíamos na lousa. Assim, os alunos poderiam ter o material em seus cadernos.

Anônimo disse...

O texto utilizado para esta aula foi: “Geografia da fome”, de Josué Castro. O texto, de cunho social, aborda a questão da fome de forma bastante enfática, salientando seus efeitos sobre o corpo e a mente do indivíduo que a sofre que a vivencia. O texto em resumo foi logo passado na lousa e depois de alguns minutos os alunos estavam terminando de copiar. Enquanto aguardávamos os que ainda não haviam terminado, tivemos que lidar, novamente, com a indisciplina dos alunos, porém, desta vez, a indisciplina ocorreu de modo mais sutil, já que tivemos que enfrentar, apenas, a conversa paralela dos alunos.
Depois de aguardarmos alguns minutos, passamos na lousa duas questões referentes ao texto e também referente a um quadro de Cândido Portinari, que colaríamos na lousa para que todos pudessem ver e relacionar o texto com a pintura. Ao todo seriam 4 pergunta, porém tivemos de reduzi-las para 2, já que o tempo não nos favorecia. Desse modo, passamos uma pergunta referente ao texto de Josué Castro e outra pergunta relacionando o texto e a pintura “Os Retirantes”, de Cândido Portinari.
Quando os alunos terminaram de copiar as questões, passamos um livro de Cândido Portinari, no qual havia, o quadro já citado anteriormente. Os alunos, então, tiveram acesso à reprodução do quadro em bom tamanho e assim puderam ver detalhes da famosa pintura que aborda uma família de retirantes fugindo da fome. Assim que todos haviam visto a pintura, nós lemos o texto e as questões em voz alta e então pedimos para que todos respondessem, relacionando de acordo com a interpretação de cada um, a pintura e o texto.
A essa altura da aula, nos faltava apenas quinze minutos, porém pedimos que responder as duas questões naquele fim de aula. Passados dez minutos, muitos alunos vieram nos mostrar suas respostas, assim que, utilizamos os cinco minutos restantes para discutir brevemente a relação entre o texto e o quadro.

Anônimo disse...

Muitos alunos salientaram a questão da fome presente de forma distinta no quadro e no texto, além disso, discutimos o suporte em que tal tema foi abordado e as diferenças entre essas duas artes: literatura e artes plásticas. Nesse sentido, o curto debate foi muito enriquecedor, pois chegamos a uma reflexão sobre os motivos da fome, as consequências da fome e a ocorrência da fome nos dias atuais. Infelizmente, o curto período de tempo não foi suficiente para que aprofundássemos tais reflexões, o que deixou algumas questões no nível da superficialidade. Porém, tentamos lidar da melhor maneira possível com as restrições que nos foram impostas – atraso, perda de tempo, conversa paralela - e fizemos o melhor possível, adaptando os materiais que tínhamos e levantando questões reflexivas para que todos os alunos se sentissem integrados na curta discussão. Nesse sentido, saímos satisfeitas de nossa primeira aula no ensino médio e fomos para a próxima sala, o 3º A.

Anônimo disse...

1º B alunos matriculados: 27
alunos presentes: 24

3º A alunos matriculados: 34
alunos presentes: 24