Indigente do Sistema


O que fora feito de nós, escravos do sistema, denominados de humanos? Venderam nossos sonhos, picotaram nossas esperanças, queimaram nossa dignidade, em troca de papel codificado, de dinheiro rasgado. Fomos cimentados sob uma ilusória civilização. Marcados e numerados, quer queiramos ou não. Sobrevivendo numa pseudo-liberdade de coisas e cores, contas e frágeis temores. Sobrevivendo sob o medo e a ameaça, imposta por medrosos e ameaçados. E tudo aquilo que compramos, e tudo aquilo que cultivamos, não nos fazem enxergar que estamos sendo comprados, que estamos sendo tapados, dizendo adeus à racionalidade.


Um trabalho repetitivo, um não, dois ou três, para o pagamento no fim do mês, para o consumo excessivo de coisas que num estalo não são mais coisas, viraram lixo. Pão e circo aos pobres coitados, e uma tv de 42 polegadas. Anestesiados, para que não sintam todo o desmatamento e dor no qual o mundo tem se transformado. Chamados de cidadãos, qualificados pela suas contribuições em dinheiro, pelas suas condições de consumo.


Por isso, peço que me mate, por favor, sem julgamentos. Arranque minha sobriedade com unhas e dentes. Sou indigente, indigente deste mundo comandado por um sistema denominado capitalismo.

Um comentário:

~*Rebeca*~ disse...

O dinheiro foi a pior droga que o ser humano pode inventar.

JC